
David Bowie na década de 70
No dia 11 de janeiro desse ano, dia seguinte a morte do cantor e ator David Bowie, a feminista e ativista britânica Louise Pennington publicou um texto em seu site: "David Bowie era um gênio da música. E também estava envolvido em exploração sexual de crianças". Em novembro de 2015, Lori Mattix, uma das antigas "babys groupies", como eram chamadas adolescentes que seguiam seus ídolos, contou ao site Thrillist que costumava frequentar boates na Sunset Strip, oeste de Hollywood, com suas amigas. A região era um dos principais pontos de encontro das bandas nos anos 1960 e 70. "Eu conheci Bowie quando ele estava fazendo turnê com sua banda The Spiders from Mars. Eu ainda não tinha feito 15 anos e ele queria me levar para o seu quarto. Eu ainda era virgem e estava aterrorizada", conta Lori, antes de dizer que, naquela ocasião, fingiu estar com outra pessoa e não saiu com Bowie. "Eu provavelmente já tinha beijado garotos, mas não estava pronta para David Bowie."
Cerca de cinco meses depois Lori recebeu um convite, através de um guarda-costas de Bowie: ele queria levá-la para jantar. "Eu disse que adoraria ir, mas queria levar comigo minha amiga Sable Starr (uma das mais famosas groupies daqueles anos). Ela estava morrendo de vontade de transar com Bowie. Eu imaginei que ela dormiria com ele enquanto eu apenas me divertiria. Naquela época, Sable e a irmã dela estavam saindo com Iggy Pop (...). As pessoas estavam drogadas o tempo todo." Lori conta que elas foram para o hotel Beverly Hilton e subiram até a suíte de Bowie. "Percebi que estava ficando mais e mais fascinada por ele. Ele era bonito e inteligente e confiante. Estava incrivelmente excitada", diz, lembrando que elas beberam champanhe e usaram haxixe. "Ele focou seus famosos olhos de duas cores em mim e disse: 'Lori, querida, você pode vir comigo?'. Ele me levou até seu banheiro, enquanto tirava sua roupa. Entrou na banheira e me pediu para lavá-lo. Eu o atendi. Depois me levou até o quarto, gentilmente tirou as minhas roupas e a minha virgindade."
Duas horas depois, Lori foi verificar como estava Sable e viu que a amiga estava drogada, andando
pela sala e escrevendo nas janelas: "Eu quero transar com David". Lori voltou ao quarto e contou ao músico o que estava se passando, ao que ele respondeu para trazer a amiga. "Naquela noite eu perdi a minha virgindade e tive a minha primeira relação a três." No dia seguinte, Angie, então mulher de Bowie, apareceu no hotel. Lori ficou preocupada, mas o cantor a tranquilizou, dizendo que os dois já estavam até mesmo dormindo em quartos separados então - eles ficaram casados entre 1970 e 1980. "Eu vi David muitas vezes depois disso, pelos próximos dez anos, e sempre foi ótimo." Questionada pelo jornalista Michael Kaplan se ela não via problemas na relação que teve com Bowie ("você era uma criança de 15 anos e ele era um adulto com experiência, poder e drogas"), Lori responde: "Eu era uma menina inocente, mas a forma como aconteceu foi tão bonita. Quem não gostaria de perder a virgindade com David Bowie?".
Lori também conta que, pouco depois, ela conheceu Jimmy Page e se apaixonou por ele - e garante que ele sentia o mesmo por ela. Ele chegou a pedir permissão à mãe dela para namorá-la e obteve seu consentimento. "Ela gostou dele. Ela era agente e entendia o show business. Ela sabia que eu estava com a maior estrela do rock mundial. Ela costumava dizer: 'Minha filha é como Priscilla Presley'. Eu era o anjinho de Jimmy." Estupro - O fato de Lori ter consentido em ir para a cama com Bowie não pode servir de desculpa, escreve Louise Pennington, a ativista que trouxe o caso de volta à tona - e que, além de Bowie, cita também Iggy Pop, Jimmy Page, Bill Wyman e Mick Jagger, entre outros músicos. "As 'baby groupies' eram meninas de 13 e 14 anos que foram estupradas por estrelas do rock", escreve ela. "Homens adultos não 'fazem sexo' com garotas de 13 e 14 anos. Isso é estupro de crianças. Elas não podem consentir em fazer sexo com homens adultos - mesmo com estrelas do rock. Sugerir que isso é resultado do 'contexto' da cultura dos anos 1970 é ignorar a história de crianças exploradas sexualmente por homens poderosos."
Via: Veja
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